O dia hoje nos
reservou muitas emoções e um certo grau de tensão, mas ao final terminou tudo
bem.
Em primeiro lugar,
o sol nos abandonou e saímos debaixo de chuva fina, que ia e voltava. E lá se
foram as nossas fotos... Difícil bater fotos com chuva. Ainda mais de dentro do
carro – o vidro molhado interfere no foco, e se abrimos a janela a chuva entra.
Nosso percurso
era de 266 km, o que poderia ser feito em 4:30 hs. Tínhamos algumas atrações
para ver pelo caminho, como lagos e rios, e programamos uma caminhada na Laguna
Chiguay, a 56 km de Coyhaique – seria uma boa caminhada em torno da lagoa, de
cerca de 4 km. Mas com o mau tempo, tivemos que cancelar esse programa, o que
nos deixou frustrados, mas que no final foi bom (depois eu explico).
Continuamos
adiante e passamos pelo Lago Verde e pelo Rio Ibañez, que nos acompanhou por
muito tempo. Vimos também a pedra do Conde, uma enorme pedra à beira da estrada.
Entramos então na
Reserva Nacional Cerro Castilho, um parque nacional, que é a morada do “huemul”,
um cervo característico dessa região que está ameaçado de extinção. Andamos
devagar pela estrada, mas não conseguimos ver nenhum.
A partir daí a
estrada vai subindo e chegamos a 1100 metros, e a temperatura caiu a 6
graus. Sempre cursando com rios ao lado
da estrada. Então começamos a descer em uma série de curvas bem sinuosas.
Chegamos a Villa
Cerro Castilho, uma pequena cidade, bem arrumadinha, que tem hospedarias,
restaurantes etc. Paramos em um restaurante “Villarica” para um café e
banheiro, e informações sobre o “Paredón de Las Manos”, umas pinturas rupestres
que tem por aqui.
Tentamos ir ao
Paredón de Las Manos – a entrada fica logo após a Ponte sobre o Rio Ibanez,
depois de Villa Cerro Castilho, e você sai 2 km da estrada para chegar lá.
Então há um sendero de 15 minutos até uma pedra onde há as pinturas rupestres.
Há também um Museu com objetos dos índios Teuelches. Como estava chovendo,
cancelamos também esse programa.
Voltamos então
ao restaurante para almoçar pois lá tinha vários sanduiches e acabamos
descobrindo que em um local adiante havia umas obras na estrada que ficava
fechada das 13 até as 17 horas!!! Aí começou o nosso estresse. Não sabíamos
exatamente onde, nem quanto tempo levaríamos até lá, mas tínhamos que chegar lá
antes das 13 hs!!!!! Pegamos os sanduiches e nos mandamos.... e haja estresse.
Para piorar, 14
km depois de Villa Cerro Castilho o asfalto acabou e começou uma estrada de
rípio muito ruim – irregular, cheia de buracos e nós correndo.
Bom, a obra
ficava a 30 km da cidade e passamos no local por volta das 12:35 hs. Ufa, que alívio.
(Aqui entendemos que foi bom não ter feito a caminhada!) Mas então passamos um
trecho de uns 10 km da obra com a estrada muito ruim. E aí, mais adiante, lá
estávamos nós com o pneu furado! Por outro lado a chuva deu uma trégua e o sol apareceu (só o tempo do reparo do pneu)
Paramos e usamos
um “spray reparador de pneu” que supostamente resolveria o problema.Esse spray veio na nossa mala desde o Brasil. Realmente,
na hora o pneu ficou alto e pudemos continuar.
Mas só por mais 40
km, pois mais adiante ele esvaziou de novo e tivemos que parar, dessa vez para
trocar o pneu. Por sorte arranjamos um local fora da estrada e conseguimos
fazer tudo, só que com chuva!!! Trocamos o pneu reserva que não possuía o mesmo aro e ainda tinha a altura do pneu diferente dos demais do SUV, mas.....é o que tínhamos na hora.
Quando já
tínhamos terminado, dois motociclistas pararam e se ofereceram para reparar o
pneu furado com um kit que eles tinham chamado "stop and go". E não é que consertaram mesmo! Os caras foram sensacionais, com uma boa vontade fantástica, típica dos motociclistas viajantes. Eu ofereci um pagamento eles não aceitaram nada, apenas me pediram para eu entrar no página deles do facebook e fazer um comentário do ocorrido. Eles estavam em duas possantes BMW RS-1200, iguais ao do meu Irmão Alexandre. Mas com tudo
isso, perdemos muito tempo.
Chegamos então às
margens do Lago General Carrera, o maior lago do Chile, que é compartilhado com
a Argentina (lá se chama Lago Buenos Aires). Esse lago é o segundo maior da
América do Sul (970 km2). O lago é belíssimo. Águas azuis, cheio de
ondas devido ao vento, cercado de montanhas. E fomos margeando-o até Puerto Rio
Tranquilo.
Voltamos a parar
quando chegamos a Puerto Rio Tranquilo para abastecer e para ir ao borracheiro, para garantir se o reparo do pneu havia sido bem feito, e recoloca-lo no seu lugar, retornando o pneu reserva como estepe.
Seguimos adiante
pois nosso hotel fica a 48 km mais ao sul. Por que tão longe? Porque não encontramos
em Rio Tranquilo um hotel que nos agradasse – ou eram cabanas muito simples, ou
não tinham café da manhã (e não nos agrada a ideia de acordar e sair procurando
lugar para tomar café). Acabamos achando essa Fazenda que nos pareceu muito
boa.
No caminho paramos
em Puerto Marmol para saber informações sobre a ida de barco para conhecer as
Capelas de Mármore – formações de pedra a beira do lago – que vamos conhecer
amanhã.
E continuamos
margeando o lindo lago. Mais adiante cruzamos uma ponte sobre um canal que o
conecta a outro lago – Lago Bertrand. E ainda mais adiante chegamos ao Lago Negro,
onde fica o nosso hotel – Hacienda Tres Lagos.
A hacienda é
muito interessante – várias cabanas modernas, com lareira, frigobar, cofre, e
vista para o lago. Internet só na casa central. Tem restaurante, passeios, caminhadas, etc... Gostamos!!!
Amanhã voltaremos
a Puerto Rio Tranquilo para conhecer as atrações por lá.
Ufa!
ResponderExcluirTurbulência na rota.
Etapa emocionante!
Alguns sustos, mas o visual da rota e a hacienda compensam.