Chegamos à
última parte da Carretera Austral, o trecho de 143 km até Villa O’Higgins.
Depois da cidade, a Carretera tem mais 7 km até o Embarcadero no Lago O’Higgins
e fim...
A chuva não parou
a noite inteira – nunca vi isso, chover initerruptamente por tanto tempo. E
continua chovendo, tempo nublado, frio, visibilidade diminuída. Isso é
desanimador pois torna tudo mais difícil, as fotos péssimas, os passeios
impossíveis!
Mas, viajar é
isso – saber que o inesperado pode acontecer e não deixar que isso abale o seu
astral nem afete o seu humor. Nenhuma mudança de planos e vamos adiante.
O nosso hotel “Entre
Hielos”, para nossa grata surpresa se revelou muito bom (apesar das subidas). O
quarto era confortável, tinha um bom banho. O jantar foi um menu de 3 serviços com
uma comida de boa qualidade e sabor. Antes
do jantar fizemos nosso tradicional “happy hour” com nosso vinho e nossos queijinhos.
Encontramos pessoas agradáveis para trocar
experiências – um casal americano da Califórnia que já tinha visitado várias
vezes a América do Sul, um grupo de europeus em uma viagem de fotografia,
incluindo um casal de uma alemã e um belga que morava em Portugal e todos muito
simpáticos.
Saímos do hotel
debaixo de chuva e descobrimos um caminho menos complicado. Com a chuva, tudo
muito liso, e eu logo levei um belo tombo – graças à minha bota não machuquei
feio o pé e o tornozelo. A caminhada até o estacionamento levou cerca de 30
minutos e mais uma vez ficamos todos molhados!!!
Pegamos a
estrada, agora sempre de rípio e com trechos bem ruins, e chegamos a Puerto
Yungay bem cedo para o ferry que só seria as 12:00 hs. As 11:30 hs abriu a
cafeteria e pudemos ir ao banheiro e também tomar um café. O ferry aqui nesse
ponto é sem custo. Dependendo da época (baixa ou alta estação), há mais ou menos horários de saídas.
ALTA
IDA = 10 - 12 - 14
VOLTA = 11 - 13 - 15 - 19
BAIXA
A barca é muito
lenta – 14 km/h e levamos 45 minutos para atravessar o Fiordo Mitchell e chegar
à Rampa Rio Bravo. Dali até Villa O’Higgins são mais 100 km e nenhum apoio pelo
caminho – nosso almoço foi nosso lanchinho de bordo – bolachas, biscoitos,
frutas etc e para banheiro, parada na estrada mesmo.
A Ruta 7 nessa
parte é bem estreita, corre nas bordas da montanha, às vezes ao lado de enormes
abismos, passa por muitos rios e lagos, e é cercada por altos picos nevados.
Das montanhas
descem muitas cascatas, às vezes muito fortes.
Cruzamos o Rio
Bravo, o Rio Cisne, o Rio Tigre e por fim o Rio Mayer, esse com uma ponte
suspensa.
Chegamos a Villa
O’Higgins, um pequeno povoado no final da Carretera, porta de entrada para os
glaciares do Campo de Hielo Sur. Não nos programamos para os passeios até os
glaciares, que são passeios de um dia de barco pelo lago. Até pensamos em fazê-lo,
mas com essa meteorologia, pensamos que não seria uma boa ideia.
Continuamos os últimos
7 km da Carretera até o Embarcadero e completamos a nossa meta – mais um “fim
de mundo” alcançado. O embarcadero é o marco "ZERO" da Carretera Austral. Foi muito bom termos atingido até esse ponto, nos sentimos realizados e teremos que aumentar a doze de vinho no dia de hoje, em comemoração.
De volta à
cidade, fomos para nosso hotel, Ruedas de la Patagonia, umas cabanas bem
simpáticas dentro da cidade. À noite vamos jantar na cidade.
Amanhã começamos
nosso caminho de volta até Cochrane.
Complicado esse fim da carretera hem? Ainda mais com chuva sem parar. Mas fascinante também. Parabéns! Completaram a estrada que também quero fazer.
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